E pronto, agora deve ser prato do dia.
Como estava com uma dor de cabeça horrível, que mesmo depois de ter tomado dois comprimidos não passava, disse à M. que ia tentar dormir. E fui. Às 3h da manhã, acordei, sem razão acho, e entretanto o meu pai chegou. A minha mãe passou-se e começou outra vez a gritar com ele, a discutir, desfez-lhe a cama onde supostamente ele ia dormir.. Só os ouvi aos gritos, a porta do quarto fechou-se, murros na parede.. Depois ouvi a minha mãe a rasgar umas calças do meu pai e ainda a gritar com ele. Foram os dois para a rua ainda aos gritos, e aí não aguentei mais. Saí porta fora e gritei mais que uma vez, para eles se comportarem como adultos que são. O pai disse que era a mãe, e a mãe disse que era o pai, como sempre foi. Vi o meu pai aos encontrões à minha mãe e a dizer-lhe para ela ir para casa, mas não vi muito mais que isso. O meu pai cumprimentou-me, a falar com aquela voz de quando ele já está mesmo passado e no limite e capaz de partir tudo, - aquela voz que eu não me lembro de ter ouvido muitas vezes na minha vida, mas que me recorda de quando, no ano passado, a minha mãe implicou tanto comigo que depois me ia bater e eu para me proteger levantei a mão, e ela foi fazer queixinhas ao meu pai que eu lhe tinha batido (não me lembro de lhe levantar a mão para lhe bater, acho que apenas o fiz num gesto de proteção..). O meu pai ralhou comigo, e eu estava tão enervada que não resisti e fiz dois golpes no braço. A minha mãe chamou para almoçar, fui para a mesa com um pijama de inverno (estávamos no verão, se não me engano, mas eu não visto o que está certo ou o que se deve vestir, eu visto aquilo com que fico confortável, se tiver frio visto algo quente e se tiver calor visto algo fresco independentemente de ser inverno ou verão) e a minha mãe por algum motivo achou que devia ver o meu braço e obrigou-me a mostrá-lo. E lá estava a voz do meu pai, desesperado, a dar-me encontrões e puxões de cabelo (que não me lembro de alguma vez me terem doído). Lembro-me de ouvir a voz alterada do meu pai nesse dia. Nesse e há alguns dias atrás, quando eles brigaram e partiram a loiça toda que eu acabei por ir limpar. - confesso que tive medo, mas ele apenas me deu dois beijinhos a falar qualquer coisa que agora não me lembro, e depois voltaram para casa. Eu fui para o quarto a tremer, já não podia ouvi-los mais aos gritos, sem sequer terem noção do que me estavam a fazer, do quanto me fazem sofrer com estas birras deles. Quando o meu pai saiu (até agora ainda não o vi, penso que não tenha voltado..) a minha mãe veio ter comigo e eu voltei a dizer-lhe que era ela a culpada, embora depois lhe tenha pedido desculpa porque ela me pediu a mim, mas ela teve culpa. Ela sabia que isto se ia dar outra vez. Ela sabia que ele se ia passar, e sabe-se lá o que é que ele é capaz de fazer quando está assim. Ela sabia e mesmo assim continuou. Ninguém me tira da cabeça, que a culpada tem sido ela. Mesmo que não seja com maldade, mas a culpa é maioritariamente dela. Maioritariamente sim, porque acaba por ser dos dois..
Já não me doía a cabeça desde que tinha acordado, mas entretanto comecei a sentir cólicas horríveis. Eram tão fortes que me davam vontade de chorar. Fui beber chá, e nada. Não passavam. Efeitos dos nervos. Não sei o que teria feito se a M. não estivesse acordada e a apoiar-me aquele tempo todo. Fiquei melhor ao fim de algum tempo (muito tempo, na realidade) mas não consegui dormir. Fiquei a falar com a M. até que resolvemos ir dormir às 6:35h. Fiquei acordada ainda até às 7:40h, 8h, às voltas na cama a pensar.. Quando adormeci sonhei com a M. e acordei às 12:33h.
Ainda não falei com a minha irmã depois disto. Era tarde para lhe ligar ou até mesmo para mandar mensagem. Não sei se ela sabe ou não. Ligar-lhe-ei durante o dia, talvez.
(Só) queria saber quando é que isto irá acabar.
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